Mitos e Verdades sobre o Diabetes Tipo 2

Foto/Imagem: Divulgação

Denise Iezzi - Endocrinologia, Diabetes e doenças metabólicas

O diabetes tipo 2 é uma das condições crônicas mais prevalentes no mundo, e, apesar de sua alta incidência, ainda existem muitos mitos que cercam a doença. Esses equívocos podem dificultar tanto a prevenção quanto o tratamento adequado, afetando diretamente a qualidade de vida dos pacientes. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes (IDF), em 2021, mais de 537 milhões de adultos entre 20 e 79 anos viviam com diabetes, sendo o tipo 2 responsável por aproximadamente 90% dos casos. Esse número está previsto para aumentar para 643 milhões até 2030 e 783 milhões até 2045, se não houver intervenções adequadas. O impacto econômico global dessa doença também é significativo, com custos estimados em 966 bilhões de dólares por ano, refletindo a urgência de políticas de saúde pública mais eficazes e uma maior conscientização sobre prevenção e manejo adequado.
Para ajudar a esclarecer essas questões, vamos desmistificar alguns dos principais mitos sobre o diabetes tipo 2 e apresentar as verdades que realmente importam para uma gestão mais eficaz da saúde.
Mito 1: O diabetes tipo 2 é causado exclusivamente pelo consumo de açúcar.
Verdade: Embora o consumo excessivo de açúcar seja um fator importante, o diabetes tipo 2 é uma condição multifatorial. Além da ingestão de açúcares, o desenvolvimento da doença está fortemente relacionado a outros fatores, como genética, estilo de vida sedentário, alimentação desequilibrada e, principalmente, sobrepeso ou obesidade. O acúmulo de gordura abdominal – ou visceral – tem papel central no surgimento do diabetes, muitas vezes como parte de um quadro mais amplo conhecido como Síndrome Metabólica. Nesta síndrome, o consumo de alimentos ricos em gorduras trans e outros hábitos alimentares inadequados contribuem para o aumento do risco.
Portanto, embora o açúcar seja um componente relevante, é apenas uma peça de um quebra-cabeça muito maior que envolve a dieta e o estilo de vida como um todo.
Mito 2: O diabetes tipo 2 é uma doença “leve”.
Verdade: O diabetes tipo 2 é uma doença crônica séria, e minimizá-la pode levar a consequências graves. Se não for tratado corretamente, o diabetes pode resultar em complicações severas, como doenças cardíacas, danos neurológicos e insuficiência renal. Além disso, a doença está associada a um risco maior de amputações e perda de visão.
O fato de muitas pessoas viverem anos com a doença de forma relativamente controlada pode criar a falsa impressão de que o diabetes tipo 2 não é grave. No entanto, o controle inadequado dos níveis de glicose no sangue aumenta o risco de complicações a longo prazo. Por isso, é essencial que os pacientes levem o tratamento a sério desde o diagnóstico.
Mito 3: Quem tem diabetes tipo 2 não pode comer carboidratos.
Verdade: Os carboidratos não são vilões absolutos para pessoas com diabetes tipo 2. Na verdade, eles podem fazer parte de uma dieta equilibrada, desde que escolhidos e consumidos com sabedoria. A chave é optar por carboidratos complexos e ricos em fibras, como os integrais, que têm um impacto mais gradual nos níveis de glicose no sangue. Além disso, é importante controlar as porções para evitar picos de glicemia.
Um plano alimentar bem balanceado, elaborado com o acompanhamento de um nutricionista ou endocrinologista, pode permitir que os pacientes com diabetes tipo 2 desfrutem de uma dieta variada, sem sacrificar a saúde.
Conclusão: O controle do diabetes tipo 2 é possível com as escolhas certas
Embora o diabetes tipo 2 seja uma condição crônica, ele pode ser controlado de forma eficaz com o tratamento adequado, mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico regular. A educação e o esclarecimento sobre a doença são passos fundamentais para garantir que mitos não prejudiquem o cuidado com a saúde. Se você ou alguém que conhece foi diagnosticado com diabetes tipo 2, lembre-se da importância de uma abordagem informada e proativa para o tratamento.
Cuide bem da sua saúde e sempre busque orientação médica especializada, como a de um endocrinologista. O conhecimento é uma ferramenta poderosa para melhorar a qualidade de vida e evitar complicações futuras.

Por Denise Iezzi, médica das áreas de Endocrinologia, Diabetes e doenças metabólicas

*Utilizamos imagens de livre exposição e bancos contratados, mas caso alguma imagem ou texto tenha direitos autorais, entre em contato conosco que removeremos imediatamente. Para as publicações patrocinadas: Imagens de produtos, informações sobre serviços e citações são inteiramente de responsabilidade da empresa que patrocina a publicação.